Depois de ver um post sobre filmes relacionados com Nietzsche, apetece-me escrever um bocadinho sobre ele. Sei lá, sinto-me cada vez mais insignificante, nos dias que correm. Tenho saudades do tempo em que estudava engenharia e frequentava ilegalmente aulas de filosofia, noutra faculdade. :(
Admito que Nietzsche é completamente fascinante, mas daí a concordar com ele… De resto, ele é muitas vezes ambíguo e nem sempre faz sentido. Quem se pretendia que fosse, na verdade, o Super-Homem, ou como ele lhe chamava a «Besta Loira»? Por mais apelativa que seja essa vontade de poder, essa força e essa consciência de si mesmo, a ética de Nietzsche é elitista. É claro que podemos sempre pensar: e isso é mau? Eu acho que sim, que é mau.
Nietzsche queria que morressem todos os deuses e que vivesse apenas o Super-Homem. Para ele os deuses tinham tido origem na inteligência de uma humanidade primitiva e sem maturidade, não tendo lugar num mundo moderno. Eu não concordo com ele. Aliás, ele considerava qualquer forma de religião como um estado patológico. Era totalmente crítico da religião cristã, que dizia ter aviltado a noção de Homem.
Gosto das 3 metamorfoses do espírito, apresentadas no livro Assim Falava Zaratustra. O espírito começa como camelo (docilidade, veneração), passa para leão (recusa, destruição) e termina criança (afirmação e sentido de si próprio, construção).
Não gosto do Eterno Retorno, sobretudo como é mostrado por ele: um universo fechado, ausente de sentido e de onde não se pode escapar. Vejo mais esse eterno retorno como um dragão que temos que vencer, continuamente. Um dragão que nos arrasta para o seu universo de futilidade, onde estar vivo é como estar morto, onde não há verdadeiros impulsos criadores, onde a rotina está completamente instalada.
20 de Outubro de 2017.
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