Ouvi uma música sugerida noutra timeline e quando acabou, dei comigo a pensar em My One And Only Love, da Rickie Lee Jones. Nem sei bem porquê.
Quando ouvi o álbum Pop Pop pela primeira vez, num tempo tão longínquo que, se calhar, foi noutra vida, apaixonei-me de imediato. A voz dela encontrou-me e, quando o álbum acabou, eu sentia uma alegria rara e intensa.
Voltei a colocar o cd do início e fui fazer queques, muitos e de diferentes sabores.
Depois, já ao cair da noite, levei-os todos a um rapaz de quem gostava. Ele aceitou os queques, mas não me mandou entrar.
Falou comigo. Já não me lembro do que me disse, mas sei que o que quer que fosse que ele dizia, estava a deixar-me triste.
Eu não queria ficar triste, queria ir embora, mas mantive-me quieta e em silêncio. E, de repente, o universo veio em meu socorro: começou a chover copiosamente.
Ele continuou a falar, mas eu deixei de o ouvir. A chuva caia sobre mim tão intensamente que, a certa altura, também deixei de pensar. E passei apenas a sentir a chuva.
Pouco depois, voltei a casa, sempre à chuva. Senti que a última vez que eu verdadeiramente tinha andado à chuva, havia sido muito tempo antes, talvez em criança.
O tempo passou e eu já não me lembro da cara dele, mal recordo o seu nome. Mas nunca mais me esqueci do que era, de verdade, andar à chuva, quando chovia.
Ou ao sol, em dias claros.
Hmm... queres saber porque é que te contei isto? Se calhar porque cada vez mais acredito que tudo o que existe são perspectivas, apenas e só diferentes perspectivas...
5 de Setembro de 2017.
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