Estou a ouvir Black Velvet, de Alannah Myles. É uma música
que eu conheço bem. Mesmo assim, surpreende-me cada vez que a ouço, com a sua
profunda sensualidade. ;)
Uma das muitas coisas absurdas do nosso admirável mundo novo
é que, sem grandes reservas, deixamos que sejam comédias românticas sofríveis
e, o que ainda é pior, anúncios banais a definirem a nossa sensualidade. Depois
estranhamos que as nossas relações sejam profundamente monótonas e, muitas
vezes, pouco satisfatórias.
Eu entendo que não há verdadeiro erotismo, se não sabemos do
que gostamos e do que gosta o outro. O erotismo não se traduz numas quantas fórmulas
gastas, mas sim na vontade de queremos entender-nos e entender o outro, na
aceitação e na partilha das fantasias sexuais.
A música mudou, agora é Mad About You, de Hooverphonic.
Feel the vibe,
Feel the terror,
Feel the pain,
It's driving me insane.
…
Hmm... o melhor é ir dormir. Ou não. Mudemos apenas de assunto.
Assim, creio que vou transcrever um texto que publiquei noutro lado, em 2008. ;)
O título era: Vem, vem cá...
The Hosting of the Sidhe, W. B. Yeats
The host is riding from Knocknare
And over the grave of Clooth-na-bare;
Caolte tossing his burning hair
And Niamh calling Away, come away:
Empty your heart of its mortal dream.
The winds awaken, the leaves whirl round,
Our cheeks are pale, our hair is unbound,
Our breasts are heaving, our eyes are a-gleam,
Our arms are waving, our lips are apart;
And if any gaze on our rushing band,
We come between him and the deed of his hand,
We come between him and the hope of his heart.
The host is rushing 'twixt night and day,
And where is there hope or deed as fair?
Caolte tossing his burning hair,
And Niamh calling Away, come away.
Niamh, Niamh... Onde está o teu cavaleiro de cabelos de fogo que cavalga veloz e destemido entre noites e dias? Quem escuta ainda o teu chamamento, minha senhora das fadas?... Eles já nem sequer sabem que quando tu chegas, os ventos acordam e as folhas rodopiam pelo ar...
“Vem, vem cá” murmura a tua voz, cada vez mais longe... e o meu coração fica despedaçado, senhora minha, porque não se pode perder o teu chamamento, que transforma as noites de luar em noites misteriosas e mágicas, onde todos os sentidos te enaltecem. Onde nós e o mundo nos tornamos outros, para que no tempo fora do tempo e no espaço fora do espaço, o teu cavaleiro te encontre, senhora.
Celebramos o vosso encontro. E as nossas faces pálidas à luz da lua são os vossos rostos na noite e ao luar. São vossos os cabelos soltos, os olhos brilhantes e os lábios entreabertos. E tu, senhora, regressas de verdade e encontras o teu amado...
Senhora, que os nossos corpos sejam de novo templos, que reencontremos a pureza que nos permita honrar-te com todo o nosso amor e desejo, na floresta que é a tua casa.
Les lucioles (Detail) by Henri Camille Danger, 1896.
Assim, creio que vou transcrever um texto que publiquei noutro lado, em 2008. ;)
O título era: Vem, vem cá...
The Hosting of the Sidhe, W. B. Yeats
The host is riding from Knocknare
And over the grave of Clooth-na-bare;
Caolte tossing his burning hair
And Niamh calling Away, come away:
Empty your heart of its mortal dream.
The winds awaken, the leaves whirl round,
Our cheeks are pale, our hair is unbound,
Our breasts are heaving, our eyes are a-gleam,
Our arms are waving, our lips are apart;
And if any gaze on our rushing band,
We come between him and the deed of his hand,
We come between him and the hope of his heart.
The host is rushing 'twixt night and day,
And where is there hope or deed as fair?
Caolte tossing his burning hair,
And Niamh calling Away, come away.
Niamh, Niamh... Onde está o teu cavaleiro de cabelos de fogo que cavalga veloz e destemido entre noites e dias? Quem escuta ainda o teu chamamento, minha senhora das fadas?... Eles já nem sequer sabem que quando tu chegas, os ventos acordam e as folhas rodopiam pelo ar...
“Vem, vem cá” murmura a tua voz, cada vez mais longe... e o meu coração fica despedaçado, senhora minha, porque não se pode perder o teu chamamento, que transforma as noites de luar em noites misteriosas e mágicas, onde todos os sentidos te enaltecem. Onde nós e o mundo nos tornamos outros, para que no tempo fora do tempo e no espaço fora do espaço, o teu cavaleiro te encontre, senhora.
Celebramos o vosso encontro. E as nossas faces pálidas à luz da lua são os vossos rostos na noite e ao luar. São vossos os cabelos soltos, os olhos brilhantes e os lábios entreabertos. E tu, senhora, regressas de verdade e encontras o teu amado...
Senhora, que os nossos corpos sejam de novo templos, que reencontremos a pureza que nos permita honrar-te com todo o nosso amor e desejo, na floresta que é a tua casa.
Les lucioles (Detail) by Henri Camille Danger, 1896.
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