Comecei por responder a uma grande amiga, que deixou esta música num comentário. Mas, de alguma forma, a pequena resposta transformou-se num post, possivelmente por razões misteriosas. Ou não. ;)
Esta música faz-me lembrar as noites quentes de verão, quando eu ficava longas horas deitada de costas no chão, a vaguear pelas estrelas. Tinha dezassete anos e estava apaixonada. Vivia um amor rebelde, intenso, absurdo. Não era um amor correspondido, mas como o encontrei num livro e, na verdade, ele tinha morrido muito antes de eu nascer, não me sentia propriamente rejeitada. Era algo para outra vida… ;)
Ele não trazia cor ao meu dia, mas dava profundidade à escuridão da noite, tornando a mais banal das noites em noite noitíssima, em que a profusão e a intensidade das estrelas nos impelem à viagem. Inicialmente, numa viagem em direção àqueles pontos luminosos que, quando nos deixamos realmente ir, rapidamente se torna uma viagem pela escuridão, pela vastíssima escuridão que é o verdadeiro corpo do universo. Uma escuridão livre, isenta da moralidade que os humanos insistem em lhe atribuir. Um aspecto do universo que é negro e fecundo como a própria Terra, onde podemos deixar germinar a semente que existe em nós. A escuridão que é o lugar de todos os sonhos.
Under the milky way tonight…
(Foto retirada do site Wonderful Places In The World, desconheço o seu autor.)
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