quarta-feira, outubro 16, 2019

Anedota com moralidade...

Uma noite, ela entrou num bar, no topo de um edifício e foi imediatamente abordada por um desconhecido bêbado, com um copo na mão, que lhe disse:
- Tens que provar esta bebida azul. É mesmo incrível. Faz-te voar!
- Fantástico - disse ela condescendente, enquanto tentava afastar-se dele.
- A sério! - respondeu ele e, com um sorriso enorme, acrescentou - deixa-me provar que é verdade!
De imediato, o desconhecido correu e atirou-se do edifício, reaparecendo pouco depois, a voar.
Convencida, ela dirigiu-se ao barman e pediu aquela extraordinária bebida azul. Esvaziou o copo de um trago e aproximou-se da beira do terraço. Parou, hesitou por uns segundos, riu, tirou a roupa e, sem mais contemplações, atirou-se do topo do prédio, nua e em direção ao vazio. Nesse instante, ouviu a voz do barman a repreender o desconhecido:
- Super-homem, tu quando estás bêbado és incorrigível!...
Já em queda livre, ela sorriu e disse para a escuridão à sua volta:
- Que importa? Até chegar ao chão é só rock' n' roll.

Hmm, passemos, então, à moralidade: a vida é uma anedota, há sempre alguém capaz de nos levar ao abismo, e nem precisa de razões, pode muito bem ser só pelo gozo, mas nós podemos sempre apreciar a experiência de estar vivo.
Apreciar cada minuto é tudo o que importa, quer haja ou não outro sentido.

La Nuit by Auguste Raynaud (1845 – 1937).


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