sábado, agosto 31, 2019

Seis coisas impossíveis antes do pequeno-almoço.



Ontem escrevi que, durante esta semana, todos os dias tenho feito um esforço para pensar em seis coisas impossíveis, antes do pequeno-almoço. E, garantidamente, esforço-me por acreditar nas minhas coisas impossíveis. ;)

Encaro-o como um exercício consciente de revolta. ;)

Bem, esta manhã, pouco depois de acordar, deparei com uma gaivota na minha varanda. Tive pena dela, porque estava perdida, longe de casa. Mas, ao mesmo tempo, não consegui deixar de pensar que a gaivota sabia que estava longe de casa, que se tinha perdido no seu voo. Certamente, fará tudo o que estiver ao seu alcance para regressar ao seu verdadeiro lugar.

Eu, por outro lado, quando me perco, levo uma eternidade para descobrir que estou perdida. E, o que ainda é pior, é cada vez mais difícil ter certezas em relação ao meu verdadeiro lugar.

Há muitos momentos em que tenho dificuldade em acreditar que ainda me chamo Maria e não Gregor Samsa. É com um estranho divertimento que penso que, um destes dias, ainda acordo transformada num inseto e, nem assim, deixarei de lado as preocupações em relação ao emprego, ao dinheiro e às necessidades da família.

Noto, também, que ultimamente regresso muitas vezes ao livro infantil de Margaret Wise Brown, The Important Book, publicado em 1949. À medida que percorro as ruas, apressada, interrogo-me acerca do que é importante para mim: nas casas, nas árvores, na paisagem, no vento, nas nuvens… Adoro esses instantes em que as minhas próprias respostas me surpreendem. ;)

Contudo, no livro de Brown, tudo nos conduz a duas questões finais:

- O que é que poderias mudar em ti e ainda continuares a ser tu próprio?

- O que é que não poderias mudar em ti, para continuares a ser tu próprio?

Bem, eu acredito que é importante fazer estas perguntas a mim própria, de vez em quando, quanto mais não seja, para não me esquecer completamente de quem eu sou. ;)

Hmm, escrevi muito, não foi? Termino, então, com uma imagem e Yuumei Art. :)



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