O meu filho olhou para mim e disse-me que o outono era uma das suas estações favoritas. Depois, riu-se e acrescentou:
– Queres que te diga quais são as outras três?
Para mim, é diferente. O outono é mesmo a minha estação favorita.
Espero que, quando eu morrer, o meu filho se lembre de mim no outono.
Hmm, começou a música It's Happening Again, de Agnes Obel, e eu distraí-me.
No future, no past
No laws of time
Can undo what is happening
When I close my eyes
And with the stars and the moon
I woke up in the night
In the same place
To save me for my eyes
It’s happening, it’s happening, it’s happening again…
De repente, ocorreu-me que a memória de uma folha murcha arrastada pelo vento, talvez seja algo que se não deva partilhar, de tão insignificante.
Hmm, que posso eu dizer? Se tenho pensamentos secretos, então nem eu própria os conheço.
Não me seduz a intelectualidade, de modo que pouco mais me resta a não ser os pensamentos banais acerca das coisas simples, que criam as minhas memórias.
Termino com uma pintura de Stanislaus Soutten Longley. Não sei por que razão me ocorreu... se há alguma simplicidade retratada, então é uma simplicidade idealizada, logo construída, fictícia. Mas é bela. Hmm, será o amor ao belo, em si mesmo, algo bom?...
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