Encontrei uma livraria nova, numa rua por onde já não passava há algum tempo. Uma livraria pequenina, com sofá confortável e um ambiente acolhedor. Sorri, agradecida com aquela bela surpresa.
Eu gosto de livros. Sempre gostei de livros. Há livros que fazem parte de mim, eu não seria quem sou se não tivesse lido certos livros.
E gosto de pessoas que gostam de livros... :)
Uma vez, levei o livro Iluminações – Um Cerveja no Inferno, do Rimbaud, para emprestar a um colega do meu marido. Estávamos num bar. Eu tirei o livro e, antes de o emprestar, expliquei que aquele livro era especial para mim. E entreguei-lho. Ele colocou-o em cima da mesa. E a namorada dele, que eu conhecia, até tinha sido eu quem os tinha apresentado, aproveitou para pôr o copo de cerveja em cima do meu livro, como se não fosse um livro, mas um mero protector de mesa. Bem, eu esperei um bocadinho e depois, tirei o copo de cerveja de cima do meu livro e voltei a colocar o livro na minha mala. Já não o emprestei.
Mesmo assim, estranhei aquele tipo de insensibilidade. E abuso. O livro não era deles, de modo que nem sequer tinham o direito de o estragar. Mas, esquecendo isso... continua a insensibilidade. A profunda insensibilidade, tão comum nos dias que correm.
Na minha maneira dever as coisas, a insensibilidade é um pecado grave. A pessoa que sofre desse mal, se calhar nem tem culpa, no entanto, a verdade é que também nunca vai deixar de ser como é. E face a esse tipo de pessoas, o melhor que temos a fazer é afastarmo-nos delas, sem mais questionamentos.
Gibran dizia que o inferno é um coração vazio. E as pessoas insensíveis, por muito que digam a si próprias algo diferente, a verdade é que vivem com um coração vazio. Isso é sempre o pior que nos pode acontecer. É uma triste condenação.
sexta-feira, fevereiro 12, 2010
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